domingo, 31 de julho de 2011

Hanami: Cerejeiras em flor



Por favor.

Fwd: textos.

from Caio Riscado
to Lucas Canavarro; Isadora Malta
date Sun, Jul 31, 2011 at 4:58 PM
subject Fwd: textos.

Amigos, leiam esses textos para iluminar o coração. Os encontros estão neles e que lindo é ver o Rodrigo dividir comigo/com a gente a experiência dele. Em especial o Hanami!!!! Parece que eu vi esse momento na peça. O chão cheio de flores e os meninos, sujeitos da obra, deitados, contemplando a paisagem. Estamos em busca por um novo tempo do olhar. Pelo menos é assim que eu me sinto escrevendo este projeto e o relendo todos os dias como venho fazendo. Estou feliz e calmo. Acho que Varanda em Tóquio seja também um pouco do tempo que estou precisando adicionar a minha vida, me tranquilizar um pouco mais. Me encontro com vcs para me encontrar e nisso ver, vislumbrar outras possibilidades para a beleza do cotidiano. Me desculpem, li as palavras do Rodrigo e fiquei muito tocado e quando fico tocado....ah, vcs já me conhecem.

acho que é isso.

amor,

Caio.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A varanda é de quem vê


Foto: Projeto 9 Eyes

Câmera escura

Pode se fazer uma câmara escura simples a partir de uma caixa onde se perfura um pequeno orifício em uma das paredes. Com um abertura pequena o suficiente, a luz de apenas uma parte da cena pode acertar qualquer parte específica da parede de trás; quanto menor o buraco, mais definida a imagem no lado de trás. Com esse dispositivo simples a imagem fica sempre invertida, embora usando espelhos seja possível projetar uma imagem que não fique ao contrário.

Agora em tamanho real...



Artista: Abelardo Morell

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ambiência


Artista: Yong Seok-Oh

Cognition


"We know by experience that likeness is different from sameness. So we sometimes might discriminate one thing from the other despite their high visual similarity, and at other times get a shock at that two different things totally irrelevant to each other look strikingly similar. These phenomena do not merely support that there is a gap between objective reality and subjective cognition. In a way, a sense of likeness always accompany with a sense of surprise. Likeness is a potential scandal. Although we impose the hierarchy of original and copy and emphasize the difference of essence and appearance in order to endure the harassing quality of likeness, we cannot stop our gaze from being attracted to it. Likeness tempts us; it puts our ability to distinguish the same and the different to the test, and disturbs the objective order of reality that we have built at pains." (Yong Seok-Oh)

O disparo





“In 2007, I turned my attention to Japanese photography, which inspired me to explore what my point of view could be in a city so far from the world that had always surrounded me, but so close to the photographic imagery towards which I was addressing my attention. Longing to break the unconscious, immediate and easy processes of the known and the predictable, I traveled to Tokyo for the first time. I was immediately struck by a sense of disorientation and an inability to quickly locate my own position within the geography of the city.

My lack of precise references to the external world created in me feelings of isolation and detachment from my previously known realities. I was bewitched by the essential and monochromatic geometric forms, so delicate and precise, of the experience of street life, where these forms cause sounds to fall into a deep silence, muffling the interaction between architecture and human figures. I was impelled toward a quest for the unseen, for details and hidden elements. My perception of this outside world lost all sense of time, revealing an essence described by a language of the surreal and the abstract.

I later returned to Tokyo to repeat the experience. Guided by the same quest, but with a greater awareness of the cultural separation, I let isolation become introspection. I sought to recreate this world that belonged to me, as it is reflected by the city’s reality, while appropriating images and moments that delineate the “me” within its boundaries. It’s become my Tokyo. These works represent a visual record of my journey and its invisible elements diluted in visible everyday life.”

(Renato D'Agostin, Tokyo Untitled)

terça-feira, 12 de julho de 2011

'A luz que, propagando-se sempre, jamais teria sido revelada...'

"(...) Já não se acredita tanto na possibilidade de agir sobre as situações, ou de reagir às situações, e no entanto, não se está de modo algum passivo, capta-se ou revela-se algo intolerável, insuportável, mesmo na vida mais cotidiana. (...) Como diz Robbe-Grillet, a descrição substituiu o objeto. Ora, quando se está assim diante de situações ópticas e sonoras puras, não é apenas a ação e portanto a narração que desmoronam, são as percepções e as afecções que mudam de natureza, porque passam para um sistema inteiramente diferente do sistema sensório-motor próprio ao cinema 'clássico'. E mais, já não é o mesmo tipo de espaço: o espaço, tendo perdido suas conexões motoras, torna-se um espaço desconectado ou esvaziado. (...) Uma imagem nunca está só. O que conta é a relação entre imagens. Ora, quando a percepção se torna puramente óptica e sonora, com o que entra ela em relação, já que não é mais com a ação? A imagem atual, cortada de seu prolongamento motor, entra em relação com uma imagem virtual, uma imagem mental ou em espelho."

"O olho já está nas coisas, ele faz parte da imagem, ele é a visibilidade da imagem. (...) A imagem é luminosa ou visível nela mesma, ela só precisa de uma 'tela negra' que a impeça de se mover em todos os sentidos com as outras imagens, que impeça a luz de se difundir, de se propagar em todas as direções, que reflita e refrate a luz. 'A luz que, propagando-se sempre, jamais teria sido revelada...' O olho não é a câmera, é a tela. Quanto à câmera, com todas as suas funções proposicionais, é antes um terceiro olho, o olho do espírito."

(Gilles Deleuze)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

É sobre permanecer



.

ATÉ QUE PONTO A CARNE SUPORTA SEM SE DEIXAR MORRER?
ATÉ QUE PONTO O CORPO SUPORTA SEM DEIXAR A ALMA MORRER?

Symmetry

'A afirmação da vida'

"An artistic image
is one that ensures its own development,
its historical viability.
An image is a grain,
a self-evolving retroactive organism.
It is a symbol of actual life,
as opposed to life itself.
Life contains death.
An image of life, by contrast,
excludes it, or else sees in it
a unique potential
for the affirmation of life."
(Andrei Tarkovsky)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pra não dizer que não fui literal

É numa varanda que vou fumar meu primeiro cigarro. Todo mundo terá deixado o apartamento, por um motivo ou outro. Vou almoçar e beber três taças de vinho (estará frio lá fora). Vou abrir: a gaveta que esconde o maço da mulher mais velha; a janela que dá para a rua. Eu quase nunca piso ali, porque as plantas são dela, e não minhas. Usarei os vasos de terra como cinzeiros e observarei o pequeno movimento lá embaixo, sem pudor, fumando meu primeiro cigarro.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Paixão de Varanda



Um outro olhar. Nos créditos tem uma parenta minha.

'A fronteira entre o sujeito e o exterior'





"Como habitantes, crescemos nos acostumando ao fato de o tempo ser mediado pelas cidades. Isso acontece de muitas maneiras, em vários níveis coletivos que variam das experiências hipermediadas (ou representacionais), como a previsão do tempo na televisão, às experiências mais diretas e tangíveis, como simplesmente se molhar ao andar na rua num dia chuvoso. O equilíbrio entre os dois extremos seria sentar dentro de casa e observar pela janela uma rua ensolarada ou chuvosa. A janela, como a fronteira entre o sujeito e o exterior, media a experiência dele com o tempo exterior. Eu acho que existe, muitas vezes, uma discrepância entre a experiência de ver e o conhecimento ou a expectativa sobre o que estamos vendo." (Olafur Eliasson, The Weather Project)

'O que se vê e o que é visto'

"O corpo situado no tempo e no espaço, o "corpo próprio" de cada um, é arrebatado para ser produzido por um complexo dispositivo de arte em que o discurso ganha importância. O corpo não é mais o mesmo: ele é alterado, é sempre outro. As palavras não se acrescentam a essa experiência de alteridade; elas se envolvem, dela fazem parte, para lançar o pensamento mais além; por fim, entre sensação e conceito. O exame das características sensórias da obra a que o corpo se expõe não basta. É preciso reconsiderar a idéia: ganha relevo então a palavra que integra a obra, para de seu interior criar um distanciamento. Dá-se ao discurso, ao texto e mesmo à palavra isolada um lugar na experiência das artes ditas visuais." (Rogério Luz)